ARANHAS DE OURO
ARANHAS DE OURO
Rex Stout
As ruas nuas de Nova York. Os meninos dos cruzamentos. A
chance no semáforo. A necessidade urge, a miséria aumenta e só diminui quando
Pete Drossos consegue uns trocados lavando para-brisas.
É assim que começa ARANHAS DE OURO, a necessidade se
juntando à oportunidade.
Um “Caddy” (cadilac) ano 52 para no sinal fechado, Pete
Drossos salta para limpar o para-brisa, mas afasta-se assustado quando depara
com uma mulher com a face cortada balbuciando no silencio labial: “Socorro. Chame a polícia”, só deu tempo
de reparar nos brincos de ouro em forma de aranhas.
Pete Drossos não confia na polícia, como também sabe que
Nero Wolfe não confia. Drossos também não confia em detetives, porém confia em
Nero Wolfe, detetive particular.
Sabe aquele sujeito, baixinho, bonachão, de meia idade,
que aprecia culinária e livros, não sai de casa, é orquidófilo de plantão, está
envolvido consigo mesmo, um tanto egoísta, mal humorado, perspicaz e
inteligente, sim, estamos falando de Nero Wolfe, detetive particular só sabe
Deus como, porque ele é tudo que um detetive não pode ser, recluso, não vai a
lugar nenhum, não examina corpos, não procura pistas ou pessoas, de fato um
improvável detetive.
Se não fosse Archie Goodwin seu assistente, uma espécie
de Watson de Holmes, Nero Wolfe seria apenas e tão somente Nero Wolfe. Porque
Goodwin são seus olhos, sua presença, suas pernas e tem uma subserviência
rebelde, que açula a mente arguta do detetive, principalmente, porque é preciso
na observação e na narrativa de seus encontros com os envolvidos, sabe provocar
a polícia e arrancar informações que não podem ser compartilhadas.
Ao invés de procurar a polícia Pete procura Nero Wolfe,
enfrenta seu mal humor, pois não gosta de ser interrompido durante suas
refeições, faz-lhe uma proposta que caso
o crime viesse a ser resolvido ele teria participação nos resultados
financeiros.
Apesar de se tratar de um pivete de 12 anos, Nero Wolfe
não despreza o garoto, no entanto, também não dá toda sua atenção a ele, e
quando Pete volta à casa de Nero Wolfe no dia seguinte não é atendido, sendo
encontrado, horas depois, morto, vítima de um atropelamento.
No mesmo dia, Anthea Drossos, mãe de Pete, vai à casa de
Nero Wolfe, e quando Goodwin tenta resolver dizendo que o detetive estava
ocupado e que ela podia falar com ele mesmo, a mãe de Pete foi contundente: “Meu Filho Pete, pediu que eu falasse com o senhor
Nero Wolfe”.
É verdade que o detetive estava recebendo a visita da
polícia e sendo inquirido sobre seu envolvimento no caso. Quando a mãe de Pete
entrou perguntou quem eram os senhores presentes, Nero informou que se tratavam,
de seu assistente Goodwin e o policial Purley destacado para investigar a morte
do filho dela.
O policial teve que se retirar porque a mãe não pretendia
contrariar o desejo do filho que por certo não gostaria que se contasse nada
para a polícia.
Anthea contou que acompanhou
o filho na ambulância e que ele lhe fizera um pedido antes de morrer: “ Conte a Nero Wolfe que ele me pegou.” E “Entregue o dinheiro da lata para ele.”
Isto justifica a chamada do livro “Como contratar Nero Wolfe por quatro dólares.” Agora O detetive
mais caro de Nova York tinha um caso.
Você, caro leitor, pode estar pesando que estraguei o
livro, não, absolutamente NÃO, tudo isto se passa nos três primeiros capítulos
e o melhor está nos outros quinze por
vir e por isso mesmo estamos encerrando aqui nosso comentário, na esperança de
ter conquistado seu interesse na leitura dessa marcante obra de um autor não
muito conhecido dos leitores em geral, que me cativou desde a primeira página,
acrescentando no meu rol de detetives o inigualável NERO WOLFE.
Fazemos um parêntese para agradecer primeiramente a minha
esposa que sempre me incentivou, ao OSNOFA que insistiu tanto que me levou a
escrever, quase que na marra.
Informamos aos interessados que o blog: leitoresgamadospor
livrosnanet, curiosamente é mais lido nos Estados Unidos, depois na
França, aí no Brasil e por fim na China.
Tchau, feliz eleições.
Itaúna(MG),
28.09.2016
Cláudio Lisyas Ferreira Soares
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