O DESPERTAR DE MENFREYA
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O DESPERTAR DE
MENFREYA
Victoria Holt
Comprei
o livro ‘O despertar de Menfreya”, porque comecei uma garimpagem no sitio da
estante virtual, sitio especializado em intermediar a compra de livros usados
disponibilizando o contato com inúmeros sebos (espécie de livrarias que vendem
livros usados) país afora.
A pesquisa se deu pelo verbete
MISTÉRIO, então dei de cara com esse livro que a começar pela capa me
conquistou, porque me lembrou o fabuloso pintor surrealista Salvador Dali autor da obra “a persistência da memória”, depois
atendia ao tema procurado e afinal a sinopse era de matar.
Mas o mais surpreendente foi
descobrir que Victoria Holt é o pseudônimo da escritora inglesa “Eleanor Alice Burford Hibbert” uma total
desconhecida para mim, mas que de fato conheço por outros de seus pseudônimos:
Jean Plaidy e Phillipa Carr, das quais também tenho obras. A autora é prolífica
escreveu uma série histórica “A Saga dos Plantagenetas” que conta a ascensão de
Henrique II ao trono inglês e desta dinastia. A série é constituída de 14
volumes e além desses pseudônimos teve ainda outros sob os quais escreveu
inúmeros romances.
O
curioso é que acabei por ler este romance dentre todos os que dela tenho.
O
despertar de Menfreya, começa de forma amena falando da região, do clima, e das
encostas solapadas pelo mar, sem deixar de falar da impressão causada pela casa
que, “...parecia um castelo, com seus torreões, contrafortes e torres e ameias,
sendo também um ponto de referência para os marinheiros, que podiam saber onde
se achavam depois de avistarem aquele bloco de pedras.” Mas Menfreya é há
séculos, a casa dos Menfrey. Os homens são fortes, viris e de aparência
impressionante, capazes de cometer os maiores absurdos para manter seu
“status”.
Conta-se
que o Lord Endelion raptou a atual Lady Menfrey, quando esta tinha apenas
quinze anos, arruinando sua reputação, de forma que não tinha outro meio para
sua família a não ser consentir no casamento, mas não se enganem o casamento
não foi por amor, foi por interesse, porque o Lord encontrava-se com
dificuldades financeiras e aí já sabem resolveu o problema raptando a donzela
rica.
A
história é contada por Harriet, filha do parlamentar Sir Edward Delvaney, que
estava desaparecida, a suspeita dizia o jornal londrino é de que havia sido
sequestrada e que a família estava aguardando o pedido de resgate.
Harriet
achou tudo naquela matéria jornalística uma diversão à parte, porém sabia das
consequências de sua decisão, o que se deu numa noite em que o pai dava um
baile, do qual ela não podia participar dado a pouca idade de treze anos, então
se não pode participar o melhor é fugir.
Fugiu
ajudada por Gwennan, que a escondeu na ilha de ninguém, em Menfreya, região da
Cornualha.
Harriet
se sentia o patinho feio, não tinha o vislumbre de suas primas, era acanhada e
na maioria das vezes aparecia com os cabelos desgrenhados, não tinha esses
cuidados próprios das meninas cercadas de mimos. Também ser filha de um
parlamentar que para piorar estava viúvo não ajudava em nada. Ela estava
encantada com Bevil o irmão de Gwennan, ele tinha aquele ar de nobreza, era
mesmo encantador, no entanto dizia ela a si mesma, sejamos práticas estou é me escondendo.
Em
sua segunda noite longe de casa, Gwennan trouxe velas, antes de escurecer
acendeu algumas, fazia muito frio, recolheu-se cedo perdera a noção das horas,
não tinha relógio, mas... de repente acordou, ouvira vozes, uma aguda e outra
mais grave que diziam: “- Uma vela... e está acessa Sr. Bevil. Era a mulher
falando. – Quem estiver nesta casa, está escondido aqui. – disse Bevil Menfrey.”
Arrancando
os lençóis de sobre a cama e depois dos móveis, Bevil encontrou Harriet atrás
de uma cômoda e logo reconheceu se tratar da filha desaparecida de Lord
Delvaney. Ela o achou mais velho do que da última vez que o vira, certamente um
homem feito, infinitamente mais bonito à luz de vela.
A
volta ao lar foi diferente do que esperava, porque achava que seria tormentoso,
porém apesar da recepção com certa gravidade, houve intensa emoção no
reencontro. Sentia-se premiada porque aquilo aproximou definitivamente os
Menfreys dos Devalneys, nem se tivesse planejado tudo teria sido tão perfeito.
O
tempo passou e frequentemente Lord Edward ia a Menfrey por ocasião das eleições
para o parlamento e contava com a influência dos anfitriões arrancando na
região preciosos votos, enquanto isso a menina sem graça desabrochou em belo
cisne, não passando despercebida de Bevil.
Diz
a tradição que, quando o relógio da torre do Castelo de Menfreya pára, isso prenuncia
tragédias. SE ISSO É VERDADE, SÓ LENDO O LIVRO.
Itaúna-MG,
14 de agosto de 2018.
Cláudio
Lisyas Ferreira Soares
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