MARTINI SECO


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MARTINI SECO
Fernando Sabino

            Aos amantes da novela policial, temos aqui um ótimo exemplar.
O escritor é mineiro da gema, nascido em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais.
Trata-se de uma novela policial curtíssima, aproximadamente 60 páginas e a edição que li tinha letras grandes, portanto de fácil leitura, é o tipo de obra que recomendaria para quem não está habituado a ler e quer adquirir o hábito da leitura.
Sequer tinha ideia de que Fernando Sabino, algum dia, tivesse se aventurado a escrever uma história policial, mas lendo uma entrevista dada por ele à Editora Ática surpreendentemente revelou que, ouvira de um delegado amigo seu uma história ocorrida numa delegacia do Rio e depois disso não mais conseguiu tirá-la da cabeça obrigando-o a escrever a novela em questão. Depois foi reescrita para o teatro e foi encenada várias vezes, assim não se trata de uma obra qualquer e não se deixe enganar pelo tamanho da mesma, porque é um exercício memorável de boa escrita.
1962. Não sei porque, mas tenho lido muitos livros que me remontam ao meu nascimento.
Um homem e uma mulher entraram num bar, sentaram-se e pediram um Martini seco. Enquanto o garçom os servia. Ela foi ao telefone, ele foi ao toalete. Quando regressaram, ao tomar a bebida, a mulher caiu fulminada.
Assim começa tudo.
O comissário Serpa está jogando um carteado com seus subordinados, quando é surpreendido pelo guarda Fortunato, dizendo que uma mulher o espera para fazer uma queixa.
O comissário diz para ele mesmo atender.
O guarda responde que ela só vai falar com o comissário e que insiste em ser atendida por ele.
Contrariado o comissário manda entrar a mulher. Ela diz se chamar MARIA MIRAGLIA e que queria fazer uma queixa contra seu marido AMADEU MIRAGLIA.
O comissário não mostra muito interesse até ela dizer que estava sendo ameaçada de morte e que o marido há cinco anos havia matado a ex mulher envenenada e que certamente pelo que vinha insinuando também a envenenaria com estricnina, como fez com a outra.
Irritada com a incredulidade do comissário Maria levanta-se de brusco e aos berros diz:
- Comissário, Amadeu Miraglia é um assassino.
Serpa olhou as cartas de baralho e gritou:
Fortunato!
Avise o pessoal para continuar sem mim.
Quando ela terminou de contar a história o comissário chamou o Motinha para ele redigir a queixa.
Motinha lembrava-se do caso mas não com detalhes, assim despediu o escrivão e mandou chamar o Bira que acompanhou o imbróglio todo na época, que lhe relatou ter o garçom vindo na oportunidade na delegacia e informado o falecimento da mulher no bar.
O tal Amadeu foi interrogado e confessou tudinho.
No entanto, no júri alegou ser inocente e que tinham trabalhado nele na delegacia, então foi absolvido por falta de provas.
Serpa não ficou satisfeito indagou se de fato não tinham dado nele até confessar, mas o Bira foi categórico - nós mal pusemos a mão nele doutor, o sujeito é mesmo escorregadio pode ter certeza.
Caro amigo leitor, você vai se surpreender com a narrativa célere e contundente. Vai gostar e muito dos diálogos inteligentes e precisos e por fim vai amar Fernando Sabino pelo presente que nos deu e se tivermos que brindar, não o faremos com Martini seco, mas o faremos ainda que com água, a todos os bons ESCRITORES de nossa terra.
Até a próxima.
Itaúna(MG), 17 de novembro de 2017.
Cláudio Lisyas Ferreira Soares


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