"B" DE BUSCA
Imagem tirada do Google imagens
“B” DE BUSCA
Sue Grafton
Num universo muito masculino, vemos cada
dia mais mulheres se aventurando para escrever romances de cunho policial.
Cheios
de suspense e mistério e cujo personagem principal é um detetive seja da polícia,
seja particular, o fato é que hoje temos inúmeros representantes femininos, e
para aumentar esse número vem, a bom tempo, fazer fileira com outras grandes do
gênero SUE GRAFTON.
É uma escritora norte americana, autora de uma série
aclamada nos EUA, OS CRIMES DO ALFABETO.
Sue
Grafton, nos apresenta uma heroína, pois não se trata de um detetive, mas de
uma detetive.
Serão escritos livros narrando as aventuras e desventuras da
sempre ativa Kinsey Millhome, que são nomeados pelas letras do alfabeto,
portanto, aguardem 26 livros, já que o alfabeto inglês tem vinte e seis letras
de A a Z.
Assim o primeiro livro da série é “A” DE ALIBI, que já li, o
terceiro “C” DE CADÁVER, e este que agora nos propomos a falar.
Kinsey Millhome é direta e franca, totalmente sem rodeios,
seja falando de seus casos, dos outros ou de si mesma, no entanto, para se ter
uma boa ideia dessa gracinha melhor é ouvi-la:
“Sou Mulher, 32 anos de
idade, autônoma em matéria de profissão. Estudei na Academia de Polícia na casa
dos 20 anos e ingressei no Departamento de Polícia de Santa Teresa ao me
formar. Agora sequer me lembro como imaginei o que seria este trabalho, antes
de aceitá-lo. Devo ter alimentado ideias vagas, idealistas sobre lei e ordem –
os caras decentes contra os caras ordinários, com ocasionais comparecimentos à
Justiça, quando prestaria depoimento sobre os fatos que ocorreram. Na minha
opinião, os caras ordinários iriam todos para a cadeia, e, assim, seria mais
seguro para o resto de nós continuar vivendo. Depois de algum tempo, percebi
como era ingênua. Fiquei frustrada com as restrições, e não menos porque,
naquele tempo, as policiais eram vistas com uma mistura de curiosidade e
desdém. Eu não queria passar meus dias defendendo-me de insultos
“bem-humorados” nem provando, uma vez ou outra, como era durona. Não estava
recebendo um salário que compensasse todas essas mágoas e, por isso, caí fora.”
Essa detetive foi casada duas vezes e é duas vezes
divorciada, mora numa garagem convertida em apartamento, um verdadeiro cubículo
de 24 metros quadrados, que ela adora.
Naquela
manhã após vinte minutos no escritório foi surpreendida com a chegada de
Beverly Danziger.
Após
rápido exame visual concluiu se tratar de uma mulher na casa dos trinta,
baixinha, aparência enérgica, bem-arrumada, cabelos pretos e lustrosos muito
lisos dentre outra coisas. Como de costume foi direto ao assunto: “Em que lhe
posso ser útil?”
A
resposta foi incisiva: “Espero que você consiga localizar o paradeiro de minha
irmã.”
Esclarecida
que talvez não compensasse contratar uma detetive, porque certamente o gasto
poderia superar o que teria a desaparecida de receber no espólio, foi
dissuadida de que custasse o que custasse queria mesmo era encerrar o processo
de inventário e achar sua irmã apesar dos conflitos passados.
É
dessa forma que começa a jornada de Kinsey, uma busca incansável para encontrar
Elaine Boldt. Tendo dado uma boa olhada no documento redigido pelos advogados
deparou com o endereço de Elaine na Via Marina, havia também um endereço na
Flórida e segundo Beverly ela todo ano passava seis meses em Boca.
Foi
informada que as tentativas de contato por parte do advogado pelo telefone na
Flórida não resultaram em nada, muito embora, o contato tivesse sido respondido
pela amiga que estava hospedada com ela, mas Elaine nunca retornara as
chamadas.
De
sua residência aqui pouco se sabe, apenas que Tillie a síndica do prédio daqui,
sempre lhe enviava a correspondência e que eram respondidos por carta com
intervalos de quinze dias, mas que está sem notícias desde março.
Este
é um daqueles romances de caça de gato e rato, quando se pensa que chegamos ao
fim aí é que está começando. Você vai se divertir com as trapalhadas dessa
detetive, mas também vai se surpreender com a tenacidade de alguém que é
apaixonada pelo que faz.
Meu
amigo leitor, leia, não é esse livro seu livro de estreia, se fosse ainda assim
não deveria nada ao que foi.
Itaúna(MG),
18 de janeiro de 2018.
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