O INVERNO DOS ESCRITORES MORTOS



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O inverno dos escritores mortos
Miller Britto
            Há muito que sou um ardoroso leitor de romances policiais. Já li de tudo desde os clássicos como Arthur Conan Doyle e Ágatha Christie, quanto os não menos clássicos romances “noir’, de David Good e Raymond Chandler, tanto quanto, li os atuais James Patterson e Harlan Coben.
            Não ignorei porém, os brasileiros, Tabajaras Ruas e Fernando Sabino, já conhecidos do grande público.
            Para surpresa e alegria tive o prazer de ler Miller Britto, nosso conterrâneo aqui de bem perto, mineiro, de Nova Lima.
            Certamente não teria a oportunidade de lê-lo, se minha filha Estaliane não tivesse ido a Belo Horizonte por ocasião do lançamento desse livro na Livraria Leitura e estando lá, em contato com o autor, ter adquirido o livro que acabo de ler.
            A orelha do livro fala muito pouco sobre o autor Novalimense, diz apenas que ama sua cidade natal, onde reside com esposa e filho e na qual espero jamais apareça um matador em série de escritores de romance policial.
            Este é o primeiro livro de uma série do detetive Borzagli.
            Tomarei a liberdade para narrar do meu jeito apenas o início da história contada pelo autor que lhes garanto, é muito melhor se lida no original.
            O inverno chegou trazido por um vento gélido. A mulher enclausurada sem pestanejar abriu as portas de sua casa na expectativa de ver a filha alcançar seus sonhos de musicista, preparara chá quente e saboroso com biscoitos maravilhosos só feitos em ocasiões especiais. Retirou-se até à cozinha e quando retornou “foi surpreendida pelas costas, sentiu uma picada no pescoço e braços firmes a lhe segurar... ela quis gritar... tudo acontecera rápido demais... agora era vítima de sua própria criação.” 
            É com este prólogo que se inicia este suspense que porá a polícia numa caçada ás cegas e prenderá o leitor até à última página. 
            Destacado para solucionar o caso, o detetive Frederico Borzagli, do alto de seus quarenta e dois anos admitia sobre si mesmo que estava cansado, estava vencido pela rotina de seu trabalho.
            Vivia seu próprio drama pois tivera seu filho sequestrado e o efeito corrosivo da impotência o massacrava diariamente, aumentando a ausência insuperável do filho.
            Lacerado por tantas angustias tinha ainda que lidar com as frustrações e o ambiente insólito do trabalho, só superado por uma bebedeira.
            A viatura se dirigia ao local dos fatos, “Elis” sua parceira, o observava atentamente, fazendo com que ele disparasse “O que você está olhando?”
            Amargo, nosso protagonista, reluta em admitir uma queda pela bela parceira e a ruína de seu casamento desde que o filho desaparecera, porque tentara, mas não conseguira se reaproximar de sua esposa.
            O sentimento de culpa vinha consumindo toda sua vontade de recomeçar, mas o foco agora era aquele crime não podia voltar sua atenção para mais nada.
            A polícia providenciara um cerco distribuindo fitas de isolamento em redor de toda casa. Os detetives foram recebidos por Bruno, o policial que chegara primeiro à cena do crime.
            Entrando na residência viram se tratar de um lar, tudo estava em perfeita organização e ali no sofá a vítima, uma mulher com pouco mais de trinta anos sentada de frente para a TV, inerte. Espetadas em sua pele quase uma centena de grossas agulhas e seringas.
            Com aquela sensação de “dejá-vu” Fred pôs em ordem suas primeiras impressões e quando se desprendeu de olhar o corpo pôde ver na parede uma inscrição, mostrando-a em seguida para Elis com o indicador.
            “-Que merda é essa” – Elis se aproximou das palavras que adornavam a parede.”
            “Fred se pôs a ler em voz alta.” 
            “Ele espetou as seringas uma a uma, de maneira calma e metódica. Imobilizada pela droga, a mulher só pôde chorar, seu corpo tendo espasmos, mas aceitando a ponta fria do metal agudo.”
            Seu “Dejá-vu” fora explicado, olhou em volta e viu uma estante de livros, verificou um a um até chegar na obra “O Enfermeiro”. Abriu-o na última página e mostrou para Elis a foto estampada da autora e vítima, depois folheou o livro até encontrar o parágrafo em que estava a inscrição da parede, não há dúvidas o assassino matou a autora da mesma forma que ela MATARA SEU PERSONAGEM.
            Isso é só o começo e como diz a capa do livro AMOR PELA LITERATURA, OBSESSÃO PELA MORTE. Sejam benvindos ao mundo sinistro de MILLER BRITTO.
Itaúna, 03.10.2019.
Cláudio Lisyas Ferreira Soares.      

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