PINES





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PINES
Blake Crouch
            Se você está à procura de um excelente suspense mergulhado numa névoa de mistério, PINES não vai decepcioná-lo, porque consegue como poucos manter tanto o suspense quanto o mistério em doses bastante satisfatórias.
            Enquanto lia tive aquela sensação de estar em Twin Peaks, há uma sucessão de acontecimentos que não te permite ficar especulando o porquê dos fatos.
            As perseguições e tentativas de fazer com que o protagonista se sinta um tanto psicótico, como alguém que não interpreta bem sua própria realidade são outros ingredientes, que fazem a massa da história levedar sem perder o sentido.
            Tudo inicia com um homem desacordado no meio de uma floresta de pinheiros.
Ele abre os olhos devagar e ainda imóvel contempla o céu de um azul intenso, o local é úmido, à sua volta dá para ouvir o marulho de um rio próximo.
A sua imobilidade o incomoda, tenta pela primeira vez se levantar, mas a cabeça pesa uma tonelada, sem se falar na dor nauseante, que dá ideia de que vai explodir se continuar tentando ficar em pé.
Protesta consigo mesmo e num átimo levanta-se, cambaleia, dá dois, três passos sem direção e aterrissa em meio às folhas à sua frente.
Afora tudo isso, também, não sabe seu nome, nem onde está, porque veio parar ali ou para onde voltar.
Com muito custo agarrando-se a arbustos põe-se outra vez em pé e desta vez permanece escorado a uma árvore até que tudo se estabilize.
A dor no olho justifica o inchaço que ao apalpar deu-lhe a sensação de que tomara um direto de um peso pesado, por isso não enxerga direito e a visão ainda é turva com boas chances de ir melhorando.
Escolhe uma direção apesar da mais completa desorientação e segue em frente a passos lentos vislumbrando mais adiante uma estrada. Enfim civilização ou pelo menos a oportunidade de deixar a floresta e os ruídos que tanto o deixam em alerta o tempo todo.
Enfim parece que se localizou leu numa placa BEM VINDOS A WAYWARD PINES, o que para ele não significa nada, mas já é um começo. Está anoitecendo, vê luzes adiante, sente o desejo de tomar café e o cheiro está impregnado no ar, parece até que alguém acabou de passar uma quantidade considerável dele.
A fome também dá seus sinais. Sentia ainda náuseas então vai evitar comer agora, bom como se tivesse como comprar, porque estava sem documentos e sua carteira não se encontra com ele. O curioso é que tem uma sensação que tanto ela quanto seus documentos estão na delegacia com o delegado, também tem um sentimento de que o melhor a fazer era procurar o hospital, no entanto, alguma coisa lhe diz para não passar nem na porta.
O melhor mesmo é entrar no diner à sua frente e falar com a atendente para lhe servir na confiança, porque quando amanhecer ele irá procurar o delegado e pegar sua carteira e documentos para pagar-lhe, mas que agora não tinha um tostão sequer em seus bolsos.
“Aproximou-se do caixa.”
Quando a barista de vinte poucos anos com cachos loiros finalmente o notou, ele pensou detectar um lampejo de horror em seus belos olhos.”
Até que enfim alguém que me conhece.
Ledo engano ao ver seu reflexo no espelho que estava atrás pôde perceber o estrago que alguém lhe havia feito.
Assim, se vendo, afora o inchaço da cara até que era bem apessoado, tinha aproximadamente um metro e oitenta talvez oitenta cinco de altura, cabelos pretos curtos e uma barba de dois dias, um porte sólido, musculoso, enfim apesar de amarrotado ficou satisfeito com o que viu.
“- Pois não? – a barista perguntou.”
“- Vocês fazem café bom aqui?”
“- Hum, sim.”
“- O melhor da cidade?
“- Esta é a única cafeteria da cidade, mas, sim, nosso café é espetacular.”  
O autor não tem pretensão de esclarecer nada, nosso amigo é um desconhecido, ninguém sabe coisa alguma sobre ele e ele mesmo também muito pouco se lembra, mas sua tenacidade fará com que aquela pequena cidade fincada no meio de um vale cercada de pinheiros se torne seu campo de batalha, pondo em risco tudo que ela representa para seus habitantes à medida que ele vá se lembrando de quem de verdade é.
Você tem algumas opções quanto a PINES pode ler a trilogia ou ver a série mais premiada da Fox, mas sempre aconselho LEIA e se entregue à sua imaginação.
Itaúna-MG, 19 de novembro de 2019.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares   


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