12 HORAS DE TERROR

 

Imagens tiradas do google imagens

12 Horas de Terror

Marcos Rey

                   Marcos Rey considerado por muitos como um autor para o público infanto-juvenil, não escreveu exclusivamente para esse público, muito embora, tenha ficado conhecido por suas obras direcionadas a ele.

                        Também escreveu obras para público jovem adulto, até porque estava bem antenado com o mundo próximo a realidade desse público específico.

                        Suas histórias se passam em sua maioria na capital de São Paulo, e ele descreve a cidade paulistana como ninguém.

                        Meu primeiro contato com este escritor se deu ainda na minha adolescência e particularmente sempre o considerei muito capacitado para escrita daquilo que pretendia como alvo em suas temáticas.

                        Todos sabemos quem é o escritor Marcos Rey, porém a maioria de nós ignora que seu nome verdadeiro é Edmundo Donato nascido em São Paulo nos idos de 1925, deixando-nos órfãos em 1º de abril de 1999 e quem dera, tal fato, fosse uma mentira.

                        Além de escritor era também roteirista tendo se destacado nas adaptações para a televisão do clássico A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo e do Sítio do Pica Pau Amarelo, um outro clássico, só que de nossa literatura infantil baseado nas obras de Monteiro Lobato.

                        Pois bem, esta obra é na minha singela opinião uma novela para o público jovem adulto e se passa em São Paulo, a Metrópole brasileira, e suas antinomias de cidade grande, pois se há a São Paulo do Luxo, certamente temos a São Paulo do Subúrbio e exatamente aqui, que encontramos Júlio em sua volta do trabalho.

                        Júlio veio do interior, está na Capital apenas há um mês e sempre que volta para casa, ou apartamento de Miguel, seu irmão, ao avistar de longe aquele prédio cinzento é-lhe inevitável ficar deprimido.

                        Não está acostumado ao mau cheiro vindo do mercado, aquele aroma azedo de peixe misturado ao ar que respiramos. Tudo ali é caótico e mal entende ele como podem as pessoas se acostumarem com tudo aquilo.

                        As pessoas dessa cidade pertencem a um mundo estranho, estão sempre carrancudas, mal-humoradas, agredidas pelo trabalho árduo e “revoltado pela falta de dinheiro.”

                        Arranjara emprego por correspondência numa firma de representações. Não se dava muito bem com o irmão, pois Miguel se opusera a sua ida para São Paulo, apesar do emprego garantido e além do mais, o recepcionara na chegada dizendo grosseiramente: “Não espere que eu vá ser sua babá, sou muito ocupado, vire-se.”

                        É claro que após um dia cheio mesmo naquela cidade claustrofóbica voltar para casa era uma alívio, assim às 18:00 horas ei-lo pegando o elevador, como sempre superlotado, e descendo no andar próprio seguindo por um corredor, que o fazia sempre pensar estar em um castelo medieval, ainda mais porque soubera que ali mesmo já ocorrera vários assassinatos.

                        “Uf! Girou a chave e abriu a porta do apartamento.”

                        Assustado com o acabara de presenciar, não sabia se ficava no corredor que tanto o amedrontava ou entrava no apartamento. Tudo estava revirado de pernas para o ar, pois espalhado pelo chão “estavam gavetas e seu conteúdo, peças de roupas, livros, almofadas, o divã tombado e um abajur pisoteado, aos pedaços.” Enfim nada estava em seu devido lugar e para piorar tudo não levaram nada, que tipo de ladrão faz o que fizeram e não roubam nada?

                        Pensou em ligar para o Miguel, mas não sabia onde ele trabalhava, não tinha deixado nenhum contato e sempre chegava altas horas da noite, restava então esperar, ou ligar para a polícia, foi quando o telefone tocou, o que o deixou ainda mais apreensivo, porque não conhecia ninguém na cidade, sua mãe só ligava nos fins de semana e raras vezes viu seu irmão atender o telefone, mas ficar ouvindo ele tocar não ajudava em nada, então atendeu.

                        Uma voz feminina apresada e rouca perguntou:

“-É o Júlio?

                        Lamento meus caros leitores deixá-los aqui, porque isso está nas duas primeiras páginas e contar mais seria estragar sua leitura caso se interesse.

                        Lembre-se o livro é dividido em horas, começando às seis da tarde e terminando às seis da matina, portanto 12 horas de terror, assim o convido a passar o tic-tac das horas para conferir um excelente autor brasileiro.

Itaúna-MG, 07 de junho de 2021

Cláudio Lisyas Ferreira Soares       

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BUtterfield 8

O DESPERTAR DE MENFREYA

O FIO DA NAVALHA