O TALENTOSO RIPLEY

 

 



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O talentoso Ripley

Patrícia Highsmith

            No tempo em que os suspenses eram escritos com detetives durões e sentimentais ou nobres e cerebrais, esta escritora norte-americana criou um personagem na contra mão, trouxe à luz um anti-herói.

Este é o livro que notabilizou a escritora Patrícia Highsmith.

            Estamos falando de Tom Ripley, um verdadeiro sociopata, que caiu nas graças do público, um sujeitinho que para se dar bem venderia a própria mãe, desde que escapasse ileso do escândalo.  

            As traquinagens de Ripley se tornarão cada vez mais intensas e normalmente acabam em crimes dos quais ele fará de tudo para se safar.

            Gosta da boa vida dos milionários, está sempre infiltrado nos encontros e salões frequentados pela alta sociedade, aproxima-se apenas para tirar proveito, mas sabe fazer tudo isso com muita classe, sem puxa-saquismo ou outro artifício deselegante, ao contrário de tudo isso, é sempre agradável.

O problema dele é que nunca tem grana e é a favor da lei do menor esforço. Trabalho? nem pensar. Não tem nenhum escrúpulo, vale um engodo, uma fraude e até mesmo um estelionato, porque não.

            Nossa história não podia começar de outro jeito, Tom está numa maré de azar. Mora em Nova York e morar numa megalópole não é barato. Sentado á mesa de um bar olhou para trás e viu quando um homem o observava, mais do que isso percebeu que ele saíra do Green Cage e que vinha em sua direção, então terminou seu drinque, pagou e saiu.

            Quanto mais rápido andava, mais o homem que o seguia aumentava o ritmo de suas passadas, a saída então, era acelerar os passos e atravessar a quinta avenida. Naquele ponto avistou o Raoul´s, entrar, tomar mais um drinque e pagar para ver no que dava? Ou avançar e tentar despistá-lo na Park Avenue? Entrou no Raoul`s.

            Dirigiu-se direto ao balcão, mentalmente, especulava se era aquele o tipo de gente que mandavam numa perseguição, enfim o cara parecia mais com um homem de negócio, um pai de família, bem alimentado, ficando grisalho nas têmporas, tinha também aquele ar de incerteza no semblante, parecia tudo menos um policial ou detetive.

            De repente o homem entrou, me viu e desviou olhar, tirou o chapéu e foi logo se aproximando do balcão. Talvez o indivíduo fosse um pervertido, vai saber. Fiz sinal para o barman de que iria fazer o pedido mais tarde.

            Timidamente, o homem perguntou: “Com licença, você é Tom Ripley?

“Sou”

            “Meu nome é Herbert Greenleaf. Pai de Richard Greenleaf”

            O rosto do homem era mais confuso para Tom, do que se ele estivesse com uma arma na mão. Sua fisionomia era amigável, tinha no rosto um sorriso esperançoso. Daí ele emendou você é amigo de Richard, não é?

            Pela primeira vez aquela nuvem de desconfiança desaparecera do rosto de Tom e se sua memória não estivesse falha, o rapaz tratava-se de um cara endinheirado que ele conhecera. Sem pestanejar vislumbrando uma oportunidade disse: “Ah! Dickie Greenleaf. Claro.”

            Tirada a dúvida de ambos, dirigiram-se à uma das mesas vagas do bar. O pai mostrava certa ansiedade e preocupação com o filho, porque ele se fora para a Europa havia dois anos. Como estavam incomunicáveis apesar das cartas enviadas, ele lembrou-se que Ripley estivera em sua casa com Richard e, os Schrievers, também se lembraram, tendo dado ótimas referências de Tom.

            O Sr. Herbert tinha esperança de encontrar com Ripley e já o vinha procurando há três meses, porque segundo os Schrievers, Richard ouviria o amigo Tom ou quem sabe se ele mesmo escrevendo uma carta pudesse convencê-lo a voltar.

            Ripley disse que não o via há alguns anos, mas depois de muitas idas e vindas na conversa com o Sr. Herbert, ficou acertado um almoço em sua casa para discutir uma estratégia de abordagem do filho, ou quem sabe uma ida até o velho continente para se avistar pessoalmente com Richard.

            Foi então que o talentoso Ripley viu sua grande chance ...

            É com muita maestria que essa dama do suspense nos conduz pelas páginas de sua obra incrível, não perca você a oportunidade de conhecer Ripley em sua melhor forma.

Itaúna-MG, 28 de junho de 2022.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares

     

           

 

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