ESTUDOS SOBRE VENENO
ESTUDOS SOBRE
VENENO
Maria V.
Snyder
Para os afixionados por Tolkien
e George R. R. Martim, a literatura fantástica tem público cativo. Tanto Senhor
dos Anéis quanto a saga Guerra dos Tronos tem aguilhoado inúmeros seguidores,
formado fãs clubes e revelado novos escritores, este é o caso de Maria V.
Snyder, escritora estadunidense, nascida na Filadélfia – Pensilvânia, formada
em metereologia e escrevendo desde 1995.
Seu
romance de estréia foi Estudos Sobre Veneno,
tendo já publicado sequências da saga AS LENDAS DE YELENA ZALTANA.
É claro
que comparações à parte, a autora fez uma estréia em grande estilo, tendo ganho
o prêmio Compton Crook concedido ao melhor primeiro romance de idioma
inglês nos gêneros de ficção científica, fantasia ou horror pelos
membros da sociedade Fiction Baltimore
Inc.
Bem,
feita as apresentações de costume, podemos nos ocupar com a obra. Não é um
romance muito grande, já que o livro I tem apenas 414 pag. Eis uma idéia da
história narrada:
Há um ano fechada num calabouço. Sem
ver a luz do sol. Encerrada numa cela fétida, dormindo sobre palhas e fezes.
Acorrentada, pedindo a morte. Yelena aguarda o dia da execução, quando será
levada ao cadafalso.
Perdida em pensamentos ouve o som
de chaves, o removerem de trincos, com a imediata invasão de sua prisão. Mãos
fortes da soldadesca se apoderam de seu corpo moribundo arrastando-a pelos
corredores, enquanto sua carne é dilacerada pelos grilhões.
Cega pela luz que há muito não
via, sufocada pela aragem fresca, sente o prazer de ser retirada da masmorra do
castelo, para ser atirada aos pés de Valek, o assassino, agora guardião do
comandante Ambrose.
Essa inesperada mudança em sua
rotina faz com que Yelena tenha sentimentos contraditórios, prevendo ali que
era chegada sua hora é surpreendida, quando ouve claramente uma proposta de
Valek – morrer rapidamente por enforcamento
ou lenta e dolorosamente pela ingestão de veneno.
Acontece que no território de IXIA desde que o
comandante AMBROSE assumiu o reino ao norte e baniu toda e qualquer forma de
magia estabeleceu-se um código de conduta no qual uma das disposições prescreve
que, com a morte do provador de comida do comandante, ao próximo da lista, a
ser executado, seria oferecido o cargo de provador de comida, apenas uma das precauções
tomada contra o envenenamento do comandante.
Depois da ocupação e consolidação
do território de IXIA, este foi dividido em distritos militares que ficaram
sobre o comando de generais.
Yelena estava no DM-5 do General
Brazell sob os cuidados do filho Dreyad, de quem não suportando mais os maus
tratos, após embate corporal, ela conseguiu degolá-lo, o que em IXIA é
considerado crime sujeito a pena capital.
Ao sul ficaram os reinos
independentes, sendo a maior ameaça o território de SITIA, em que se refugiaram
os magos e feiticeiros e que ainda nutrem
o retorno do estado anterior no qual os sitianos eram a casta nobre e
dominante.
A proposta de Valek é aceita,
assim Yelena ganha tempo para planejar sua fuga, no entanto, é surpreendida,
porque do provador de comida exige-se lealdade, ela deve ingerir pó de
borboleta veneno cujo antídoto lhe será ministrado toda manhã pessoalmente por
Valek, senão certamente morrerá.
Assim começa a saga de Yelena
Zaltana, nada se sabe dela, mas sua escolha, suas habilidades e o caminho de
descoberta de si mesma, porque até ela se desconhece, a conduzirá rumo ao seu
passado, marcando decisivamente seu futuro, já que o presente é a incessante
luta pela vida.
A atmosfera do livro é obscura,
um tanto gótica, em um cenário medieval do mundo imaginário de IXIA, se trata
de um romance de fantasia, povoado por magos, homens cruéis e sanguinários.
Como não se pode confiar em
ninguém o romance está repleto de intrigas, traições, emboscadas e inveja
generalizada, parecem que todos estão submetidos a um teste e a lealdade é
posta à prova a todo instante.
Sejam bem vindos ao mundo de
Yelena. Leia toda a trilogia. Tome partido, porque se não for o melhor livro de
fantasia, curiosamente será a melhor introdução ao gênero.
Cláudio Lisyas Ferreira
Soares.
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