NOITE SOBRE AS ÁGUAS






NOITE SOBRE AS ÁGUAS
Ken Follett
                Este foi o primeiro romance de Ken Follett que li. Drama histórico, ambientado na 2ª Guerra Mundial. Estamos na Inglaterra poucos dias depois da declaração de guerra de Winston Churchill à Alemanha Nazista.
O livro traz um mapa da viagem com sua trajetória sobre o atlântico e um diagrama do interior do Hidroavião, distribuindo os passageiros pelos assentos e as acomodações da tripulação.
                 Partirá da baía de Southampton um Hidroavião levando a bordo sua tripulação e mais 17 passageiros num cruzeiro pelo atlântico, com escalas em Foynes na Irlanda, depois Hotwood e Shediac no Canadá para então chegar ao destino New York nos Estados Unidos.           
                O charmoso Hidroavião está pousado nas águas tranquilas da baía e uma multidão de curiosos foi até o local apreciar a aeronave de perto, já que existiam poucos destes luxuosos aviões em toda Europa, sendo a PANAM aquela que ainda tinha um aparelho em pleno funcionamento, por outro lado era raro poder acompanhar a decolagem de um gigante como o Boeing “Clipper” 314.
Pelas mais diversas razões pessoas estão interessadas em deixar o Reino Unido, e nesse turbilhão de pessoas, Follett passeia, para construir um drama vertiginoso envolvendo personagens que não se conhecem, mas que ficarão juntas numa viagem insólita.
Nem todos os lugares estão vendidos, portanto, ainda há a possibilidade de mais alguém ocupar um dos assentos antes da partida.
Um dos candidatos à travessia pelo atlântico é Sr. Algernon, conhecido por Lord Oxenford, aristocrata inglês com opiniões arianas, impróprias para o cenário antifascista reinante na Inglaterra de Churchill, mas sua filha Margaret pretende ficar e ajudar na causa como voluntária no esforço de guerra, ao que se opõe o pai impondo que a mesma irá na viagem para os Estados Unidos porque tem apenas 17 anos, com isso a menor vê frustrada sua permanência ante o autoritarismo do pai.
Com a atitude paterna de impedir sua permanência na Inglaterra a jovem resolve fugir na véspera da partida, tomando o trem para casa de sua tia em Londres, e depois de inúmeros contratempos e principalmente medidas do tempo de guerra, a jovem vai parar numa delegacia. Lá ela encontra-se com Harry típico “Dom Juan” que aplicava golpes nas meninas da alta sociedade passando-se por um deles, indo a festas e namorando as mais feias, estando assim sempre presente e no interior das casas. Aproveita-se principalmente da distração quando já vai alta a bebedeira e promove um “limpa” nas joias de família o que o ajudava a manter a ostentação e acumular fundos para um futuro mais próspero.
A presença de Harry na delegacia é por que quase foi flagrado no seu último golpe e agora estava sendo interrogado pela polícia. Apesar de dispensado é advertido para que fique na cidade para ulteriores averiguações.
 Por obra do destino fica conhecendo Margaret e toma conhecimento da partida do Clipper na manhã do dia seguinte.
Harry está decidido a embarcar, porém a passagem é cara e lhe custará todas as suas economias, sem outra opção despede-se de sua mãe e parte para Southampton.
A tripulação não fica de fora, faz parte da meticulosa teia que tece Follett. Eddie Deakin, Eddie, para os conhecidos, porque na verdade trata-se de Edward, é o Engenheiro de vôo do “Clipper” e após o exame de praxe recebe um telefonema tomando conhecimento de que sua adorada Carol-Ann fora raptada e que alguém por nome Luther o encontrará a bordo para passar-lhe as instruções para o vôo, sob a ameaça de que se agir heroicamente a esposa grávida, após abusos, será morta.
Há praticamente um capítulo para cada personagem sendo que alguns têm envolvimento direto uns com os outros.
Relacionamentos inacabados, temperamentos à flor da pele e paixões avassaladoras fazem dessa obra um romance tórrido, que prende o leitor até à última página.
            Estão presentes na obra o romantismo da época, o glamour e a tensão do momento.
            É óbvio que num espaço tão curto só posso dar uma ideia do belo trabalho de Follett. A leitura da obra certamente te transportará para aquele momento histórico e você se sentirá um dos passageiros do romântico Clipper da PANAN. Senhores leitores com destino a imaginação, embarquem nesta viagem surpreendente e até a próxima.
Itaúna (MG), 16 de agosto de 2016.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares

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