À QUEIMA ROUPA


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À QUEIMA ROUPA
Richard Stark

            Este livro foi escrito na década de 60, publicado em 1962, sucesso imediato de crítica e público, é criação de Richard Stark pseudônimo de Donald Edwin Westlake, que antes de ser escritor teve breve passagem pelo teatro, mas graças a Deus logo, logo, descobriu seu talento para contar estórias. 
            Não se encontram muitos exemplares para aquisição. A publicação que adquiri é de 1982, editada pela Abril cultural, encadernação de brochura, impresso em papel jornal. Produção de baixo custo, mas que sobreviveu. A tradução é muito boa, consegue passar a intensidade e o estilo do autor sem comprometer o ritmo, que é acelerado.
            Só não lê quem não quer. Comprei o exemplar que tenho em mãos por menos de cinco reais e contêm 130 páginas, leitura que fiz de uma sentada há algum tempo.
            Richard Stark criou Parker, um anti-herói típico, que lhe rendeu cerca de quinze livros sobre o personagem, sendo este o primeiro livro em que ele aparece.
            Imagine um sujeito “grande e peludo, com ombros retos e quadrados e braços compridos demais, vestidos em mangas muito curtas. Suas mãos pareciam moldadas em argila marrom por um escultor que gostasse de mãos grandes e cheias de veias. O rosto parecia um bloco de concreto lascado com olhos de ônix manchado. A boca não era mais que um traço sem cor.”.
            O impacto de tudo isso era que “as mulheres olhavam para ele e tremiam.”.
Ele era de dar medo até no mais macho dos machos. Além do mais era temperamental, calado, meticuloso, obstinado e nunca fora pego pela polícia.
Assaltante profissional de ofício, o tipo durão, leal e desconfiado, melhor mesmo é ser amigo dele, porque vai até o inferno para tirar a limpo um mal entendido.
            Ele a esposa Lynn, o amigo Mal e mais dois comparsas eram o bando ideal para o assalto, que lhes renderia noventa três mil dólares.
            Tudo para dar certo, não fosse o plano do amigo Mal e a traição da esposa Lynn, que ficara com a parte ruim do trato, matar Parker e ficar com a parte dele ou morrerem juntos.
            Coitada sem saída optou por viver com a parte que seria dele no assalto e tudo foi feito minuciosamente. Depois do assalto e de uma noite regada a muito sexo, Parker adormeceu e só acordou a tempo de ver Lynn nua em pelo apontando-lhe um 38 que descarregou sem piedade.
            Como não havia tempo para conferir a morte do marido, nem Mal podia esperar mais, pois a polícia fora acionada, resolveram que o melhor e para se garantir, era atear fogo em tudo, porque se não morresse pelos ferimentos a bala, certamente morreria dilacerado pelas chamas.
            Esqueceu-se de dizer a Lynn que Parker era um cachorro com alma de gato e seis tiros não foram suficientes para matá-lo, as chamas também não completaram o serviço e agora ele estava cravejado de balas chamuscado pelo fogaréu e vivo.
            O pior estava por vir, recuperado, Parker quer apenas encontrá-los, jamais imaginara que ela fosse capaz de fazer o que fez e confiar em Mal isto sim fora tolice, já dos demais podia se esperar qualquer coisa.
            Sem dinheiro, mas com disposição ele sabe onde encontrá-los, pretende fazer uma visitinha pessoal. Não poupará ninguém mesmo que tenha que enfrentar todo o sindicato do crime.
            O livro é dividido em quatro partes e cada parte de cinco a sete capítulos.
            Como não podia deixar de ser também foi levado ao cinema, no entanto, sem conferir ao filme o mesmo tom da obra, que na primeira filmagem com Lee Marvin no papel principal era um tanto lento diferente da narrativa policial bem ritmada pelo autor, depois houve uma refilmagem nos anos oitenta com Christian Slater que manteve os mesmos problemas e acrescentou o fato de que imaginamos Parker mais parecido fisicamente com o boxeador meio pesado Canelo Alvares do que com o raquítico Christian Slater.
            Bem então o melhor a se fazer é ler o livro, porque o filme só serve para conferir ou matar a curiosidade.
            Até mais ver.                                                                        
            Itaúna (MG), 12 de julho de 2017.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares
     


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