O FANTASMA
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O FANTASMA
Danielle Steel
Nos anos oitenta esta escritora
americana foi uma das mais lidas e amadas pelo público feminino.
É declaradamente uma entusiasta do
romance dramático e quase que totalmente sua obra fala de sua época, das
questões familiares e os conflitos matrimoniais tão em voga naqueles tempos.
Raro um romance de época ou
histórico, ela é mais afeita a atualidades, mas estamos diante de um romance
não muito comum de Danielle Steel.
Em O FANTASMA ela faz uma incursão
no passado para contar a história de uma mulher forte e determinada que seja
capaz de aventurar-se numa fuga da Inglaterra setecentista para vir morar nas
Américas.
A história se desenrola entre
passado e presente para contar não uma história, mas duas simultaneamente e com
protagonistas muito diferentes, porque enquanto no passado uma mulher está
fugindo de um marido violento e de uma vida infeliz a que ela não se submeterá,
do outro no presente o livro inicia com o retorno de um americano que vivera os
últimos dez anos em Londres e tivera a decepção de saber que sua esposa o
deixara pelo sócio da firma de advocacia em que ela trabalhava, então, a única
decisão aceitável era voltar para casa.
Tanto o homem como a mulher tiveram
uma desilusão matrimonial e ambos não estão dispostos a viver naquele lugar,
prolongando assim seu sofrimento ante ao infortúnio de se haverem casado com
pessoas, que não correspondem nem as amam.
Charlie não entendia como Carole o
deixara por um homem que podia ser seu pai, a diferença entre eles era de 22
anos enquanto que entre esposo e esposa a diferença era de apenas três anos.
Mas o imperdoável é que ele nem percebeu os
elogios rasgados de Carole quando falava de Simon St. James, não viu que “Ela
gostava de trabalhar com ele, às vezes ria das coisas dele, contava como era
inteligente e como era um escândalo com as mulheres. Era afável, arrojado,
bonito e extremamente charmoso.”
Como
foi estúpido a ponto de só descobrir, quando ela não suportando mais os
encontros furtivos e cada vez mais intensos lhe confessou o desejo de
separar-se para viver com Simon, era só assinar a papelada já redigida pelo
advogado contratado e estaria acabado - sem dor, sem lamúria e o minimamente
sofrível.
Mas
no passado longínquo, Sarah Ferguson escrevera em seu diário, nos idos de 1789
que, casara-se com o Conde de Balfour, Edward, e a “única coisa que sempre
quisera dela fora um herdeiro e, após anos com ela, ele ainda não tivera
nenhum.”
“Todos
os filhos que ela gerara haviam sido abortados ou natimortos”, ou tinham
morrido horas depois de haverem nascidos.
Sarah
estava cansada de tudo aquilo, Edward, havia saído para caçar a quatro dias e
ele levara consigo cinco de seus criados. Aos homens que o procuravam ela disse
para procurá-lo nas tavernas ou em suas fazendas, porque o conhecia muito bem,
“Conhecia sua crueldade, sua infidelidade, sabia como ele era rude, como sua
língua era impiedosa, e conhecia a violência das costas de sua mão.”
Nunca
tinha ficado tanto tempo fora e por volta das quatro horas três homens entraram
em casa trazendo-o desacordado. Ela quis saber o que acontecera e eles disseram
que ele caíra do cavalo pela manhã e não recobrara os sentidos a não ser uma vez.
Ela
mandou chamar o médico que fez uma sangria e aplicou-lhe ventosas, por
conseguinte, mandou chamar o irmão, mas este não nutria nenhum apreço por ele
pelo contrário sempre fora apaixonado pela cunhada.
Haversham
vendo a oportunidade depois de um conhaque propôs uma fuga com Sarah, mas ela
repeliu o cunhado dizendo que ele era casado e tinha quatro filhas para criar,
foi então que pela primeira vez sem se importar com o que acontecesse se
viveria ou não o marido, ela pensou em fugir.
Não
é fácil contar duas histórias em apenas uma, mas foi isso que Danielle Steel
fez, para saber mais é preciso ler o livro.
Itaúna (MG), 15 de outubro de 2017.
Cláudio
Lisyas Ferreira Soares.
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