A CRISE DE 1929
Imagem tirada do Google Imagens
A CRISE DE 1929
Bernard
Gazier
A humanidade jamais foi boa em aprender com seus próprios
erros, porque cada geração sofre em relação às demais de amnésia incurável.
Digo isto porque em 2008 tivemos um sinal de que outra vez viveríamos tempos
angustiosos.
A Crise de 1929 foi um fenômeno econômico que culminou com a
derrocada de todo sistema econômico ocidental, quando no seu ápice gerou o
crash da Bolsa de Valores de Nova York, fazendo ruir as muralhas da confiança
econômico financeiro. Arrastou empresas para o turbilhão de falências em série
se tornando um flagelo para investidores, arruinando fortunas e gerando milhões
de desempregados, num mundo ainda não globalizado, mas que dava sinais de que
seria um só como o somos.
Imagine você se hoje vivêssemos um quadro como esse, não
estaríamos preparados para a ruína que se seguiria, porque uma crise dessa
proporção envolveria tanto o ocidente como o oriente. Seria catastrófico, basta
pensar que somos hoje no mundo mais de 7 bilhões de habitantes, enquanto
naqueles dias éramos aproximadamente 2 bilhões de habitantes.
Muito embora tenha dito que a crise foi ocidental, na
verdade ela se fez sentir também no oriente, claro que de forma menos acentuada
do que no ocidente.
Porém de certa forma ela foi bastante globalizada, porque
foi o estopim deflagrado para a segunda guerra mundial.
A
Alemanha sufragada na primeira guerra mundial rastejava subjugada pelo tratado
de Versalhes, impedida de crescer, engessada economicamente, agonizava vivendo
de ajuda financeira vinda dos Estados Unidos, que com a crise e o crash da
Bolsa de Valores de Nova York, voltou-se para dentro de suas fronteiras. Sem
lastro para continuar com o aporte financeiro aos germânicos fez recrudescer a
crise interna alemã, que agora não tinha mais como frear o crescimento do nazismo
e de reações violentas como que se estivesse em uma aflição intestinal,
representada pela eclosão do descontrole nacional com preços exorbitantes e a
desvalorização do marco alemão como nunca vistos, tendo assim fomentado a
beligerância e mergulhado a nação no caos insustentável.
Para
finalizar porque o espaço não permite continuar, o que a obra de Bernard Gazier
nos expõe sobre o momento vivido em 1929, assim nos alerta:
“Nem
todos morriam, mas todos estavam contaminados.” Poderíamos aplicar à crise de
1929 este verso de La fontaine. (...) Locomotivas brasileiras consumiam o café
que não mais podia ser vendido nem mesmo a preços irrisórios, estoques se
acumulavam, empresas fechavam suas portas; milhões de pessoas se viam sem
emprego, portanto sem recursos e sem dignidade, na maioria das vezes sem
proteção social, incapazes de pagar seus aluguéis, reduzidas à espera das
distribuições gratuitas de alimentos e agasalhos, levadas ao despejo, à
mendicidade, à revolta.”
Apesar de tudo isso vimos o surgimento de Franklin D. Roosevelt, sua tenacidade em negar ajuda à Bolsa de Valores com dinheiro público, de lançar um plano de recuperação econômica conhecido como New Deal, rejeitado, primeiramente, pelo Senado americano mas forçado a voltar atrás por causa da opinião pública. Vimos o fim de um capitalismo irresponsável, porque sabemos que não havia naquela época meios de fiscalização dos ativos, bem como, da especulação e ainda da moeda podre de papeis que não valiam nada, principal motivo para a quebra da Bolsa de Nova York. A repercussão da crise em outros países como ela se deu, suas consequências e os estudos de suas causas, que mesmo hoje ainda não é assunto encerrado.
Conhecida
também como a Grande Depressão, a crise de 1929, ainda causa estupefação e não
se engane: aprendemos com o Século XX? ou o Século XXI, nos trará algo ainda
mais avassalador por causa de nossa insistente leniência?
Itaúna,
09.07.2019.
Cláudio Lisyas Ferreira Soares
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