UM GATO ENTRE OS POMBOS

 

 


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 UM GATO ENTRE OS POMBOS

Agatha Christie

                         Para os amantes de mistério e suspense, Agatha Christie é nome sempre recomendado, temos outras referências, mas é sempre bom visitar a rainha do crime como ficou conhecida.

            Muitos perguntam por onde começar a ler as obras dessa que foi e é a autora mais lida no gênero e como sempre insisto que pode ser qualquer obra, porque raramente a escritora te decepcionará.

            Este romance, no entanto, talvez seja o menos indicado para se começar a ler a Senhora Agatha, porque na minha humilde opinião, ele é um pouco diferente de outros em que o personagem principal é Hercule Poirot.

            O detetive só aparece na página 178 do romance, ou seja, no último quarto do livro, até aí a história segue uma investigação cheia de incógnitas com um inspetor pouco convincente, com muitas reviravoltas e assassinatos, talvez por isso não o indique como primeira leitura para se gostar dessa escritora.

            Isso não quer dizer que o livro seja ruim, pelo contrário, apenas não é o mais indicado para quem não tem o hábito de ler.

            É verão, início do ano letivo no colégio para moças Meadowbank. A seleção já havia sido feita e novas alunas seriam admitidas para aquele semestre. Tudo está em ordem e na porta principal estava a impecável Srta. Vansittart envergando um casaco e uma saia de corte primoroso.

            Pais mal informados a confundem com a Srta. Bulstrode a diretora da escola que tem por hábito ficar reclusa, só acessível a poucos e seletos privilegiados.

            O colégio fora fundado pela Srta. Bulstrode e a Srta. Chadwick há anos e agora era referência como instituição de ensino, muito disputada por pais que desejavam uma educação de excelência para suas filhas.

            Em outros cômodos do colégio a vida se desenrola como sempre, calma e monótona, como no caso da senhorita Ann Shapland, secretária, envolvida a bater à máquina com rapidez e eficiência. No andar superior a senhorita Johnson, a superintendente, recepciona a alunas novas indicando-lhe os aposentos, não sem dispensar devida atenção às alunas antigas conduzindo-as a seus antigos quartos.

            Nem tudo, porém, é serviço e a mademoiselle Banche, professora de francês, passeia descontraída no gramado adiante do caminho de cascalho. Enquanto isso senhorita Rich professora de inglês e geografia apressada e tropeçando de vez em quando e justo no ancinho só não caindo porque foi amparada pelo jovem jardineiro que lhe estendeu o braço e disse: “calma senhorita!” que sem sequer olhar o rapaz agradeceu-lhe com “obrigada”.

            A vida do colégio parecia haver voltado ao normal, alunas novas e antigas reunidas, professoras e direção da escola compenetrados a ensinar e formar damas e devolvê-las às suas famílias educadas e elegantes.

            O prólogo nos apresenta e nos introduz nesse ambiente escolar rígido e severo, que é o orgulho de sua diretora e da localidade, mas o futuro nos reserva um local que logo estará mergulhado em problemas de todo tipo, desde desordem, confusão, assassinato e até desespero em sucessão incontrolável num lugar paradisíaco.

            É preciso ter paciência porque vai um pouco arrastada, com algum vai e vem que servirão para compor a solução dos crimes e como é óbvio precisará de um detetive arguto e persistente, único capaz de encontrar o gato entre os pombos.

            Peço que não se prenda às minhas impressões, aventure-se e leia esta obra, porque será um deleite para quem insistir.

Itaúna-MG, 02 de novembro de 2020.

 

Cláudio Lisyas Ferreira Soares   

         

                 

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