O SEGREDO DE JASPER JONES








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O SEGREDO DE JASPER JONES
Graig Silvey
A Oceania é um continente formado por ilhas, e entre elas está a Austrália. O clima ali é quente com uma fauna exuberante e exótica.
Corrigan é um condado no interior, mas não muito distante da capital. Pode-se dizer que é uma cidade bucólica, já para os moradores, idílica.
Aqui moram uma variedade de pessoas, tipos pitorescos, como o Mad Lionel, temido por todos e corre a boca pequena que já matou um. Temos também Jasper Jones, o marginalizado; a mãe falecida e o pai um alcoólatra fora de controle. O rapaz como não podia deixar de ser vive por aí, de pequenos furtos. Tolerado apenas porque é o melhor jogador de futebol da cidade, quando está em campo é muito respeitado, contudo quando se apagam as luzes ele volta a ser o desprezado do lugar.
A garotada não pensa como os mais velhos. Para eles Jasper Jones é O CARA, assim pensam também Charlie e Jeffrey os mais curiosos moleques do pedaço.
 Charlie está muito interessado em conhecer Jasper e foi só mencionar o nome dele na mesa de jantar, que o pai lhe disparou um sermão aos gritos, dizendo ao final que nunca mais era para ele falar de tal indivíduo naquela casa.
Não foi de todo mal, porque seu pai depois disso levou-lhe ao quarto, livros de sua biblioteca particular, que eram guardados a sete chaves e para os quais antes do acontecimento era um sacrilégio apenas olhá-los e disse que se seu filho se achava apto a encontrar-se com aquele malandro, então também estava apto para ler aquelas obras.
Para Charlie foi o prêmio de sua vida, pois havia ali livros que eram seu sonho de consumo a muito tempo e por causa dessa sua inclinação literária era considerado entre os colegas de classe um NERD e às vezes o alvo predileto dos bullings, mas não se importava com nada disso.
Aquela noite prometia ser longa diante da ansiedade de um novo dia, no qual poderia dedicar-se à leitura de Mark Twain a Truman Capote. Ah! Não via a hora chegar.
Então deitou e ficou olhando a janela, quando de repente, viu de pé no telhado da varanda em frente à sua janela nada mais, nada menos, que Jasper Jones, que batia insistentemente na janela e chamava-o com o gesto de sua mão direita.
Apreensivo e com medo, mas interessado o suficiente, levantou-se, foi até à janela, abriu-a, todavia Jasper ficou ali parado do lado de fora, não queria entrar, somente lhe disse “preciso que venha comigo”.
Algo apertou seu peito parecendo lhe dizer que aquilo era uma roubada, mas porque não, o que poderia ser tão desaconselhável, pois a vida, nos últimos dias, estava uma mesmice só e não era hora para covardia.
É óbvio que Jasper Jones manteve-se incógnito em todo percurso, não respondeu nenhuma das perguntas de Charlie, andava rápido demais e cada vez mais adentrava para o ermo do lugar e na escuridão podiam aparecer toda espécie de predadores noturnos, comuns por aquelas bandas, por causa disso o medo foi tomando conta e a irritação era o mínimo pela idiotice de seguir alguém madrugada adentro para lugar nenhum.
Não demorou muito apesar de uma bela caminhada noturna alcançarem uma clareira. Certamente Jasper estava acostumado a andar por ali pois o fazia no escuro sem se desviar do rumo pretendido.
Mas antes de ser revelado o motivo de estranha jornada, Jasper Jones diz: “Você vai ver Charlie. Merda. Vai querer não ter visto, mas vai ver. Não é muito tarde, mas... tem certeza que vai me ajudar?
Apesar da hesitação, de não saber porque ele, pois não era íntimo de Jasper, não o conhecia, nunca sequer falara com ele, então porque ele?
Não deu outra, avançou – “E tudo muda. O mundo se rompe, gira e sacode.”
Quando percebe está gritando e logo, logo abafando o grito.
“É uma garota” e não é qualquer garota.
É Laura Wishart, diz Jasper Jones, é Laura.
A revelação do segredo de Jasper Jones, faz dele um cúmplice, se soubesse jamais teria participado de tudo aquilo. Estavam à beira da represa, havia um barranco enorme e lá em baixo as águas formavam o lago espelhado. No entanto, estranho era que Jasper Jones ficou ali parado junto ao pé do velho eucalipto de uns vinte metros de altura facilmente perceptível naquela noite de lua cheia. Estava olhando para cima sem dizer palavra e Charlie quase desmaiou de susto, porque no galho alto há uns cinco metros do chão estava dependurada na ponta de uma corda Laura Wishart.
E agora Jasper Jones o que faremos?
Esta resposta caro leitor você terá que ler o livro pra obtê-la. Ah! Esse romance também já está na telona. Seja bem-vindo às páginas do mistério a desvendar.
Itaúna (MG), 04 de janeiro de 2019.
Cláudio Lisyas Ferreira Soares

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