A OUTRA FACE



A Outra Face


A OUTRA FACE
Sidney Sheldon
            Estamos de volta, hoje comentaremos a obra do autor mais lido dos anos oitenta.
            Ele foi uma espécie de Nicolas Sparks dos anos oitenta, muito lido e teve diversas obras filmadas como acontece hoje com o seu paradigma.
            As opiniões sobre sua obra são controvertidas, sendo por alguns tratado como autor menor e superficial, para outros atualizado e pouco preocupado em agradar a crítica literária, mas o certo é que teve e continua tendo grande popularidade entre os leitores.
            Esta obra especificamente é seu primeiro romance, que para uma classificação sem rodeios se trata de um suspense. 
            A leitura é fluída e assemelha-se ao que atualmente se chama de “thriller” espécie do gênero suspense ao qual se associa a ação contínua.
            O livro é um episódio da vida do psicanalista Judd Stevens, que está profissionalmente consolidado no meio, goza de grande respeito junto à classe e tem clientela diversificada e endinheirada.
            À medida que a leitura se desenvolve temos o contato com termos da psicanálise e os casos dos clientes, alguns lunáticos como Harrison Burke, que fora indicado por seu par o Dr. Peter Hadley, que sofria da mania de perseguição, tendo evoluído para uma paranoia em estágio avançado.
            O livro aborda também o tratamento da homossexualidade de John Hanson paciente a algum tempo do Dr. Judd Stevens, cujo tratamento exigiu habilidade do psicanalista e anuência da esposa Mary.
Ela, por sua vez, se mostrou um tanto indisposta a colaborar e por fim acabou cedendo aos apelos do médico e concordando em adiar o divórcio.
            Há também a enigmática Anne que o psicanalista hesitou em tratar, por que era demasiadamente reticente, mas que dada sua beleza e graciosidade envolveu emocionalmente o médico.
            Vendo assim, onde está o suspense e a ação vertiginosa?
É que se inicia o livro com o assassinato de Hanson em uma Nova York agitada pela proximidade do Natal.
Na esquina da Lexington Avenue com a 59, num dia chuvoso, o assassino aproxima-se por trás no cruzamento e com um golpe de faca tira a vida do paciente do Dr. Judd, e o único suspeito para a polícia é o psicanalista, já que a vítima estivera em seu consultório naquela manhã e fora morto um quarteirão dali. Para piorarem as coisas vestia uma capa de chuva amarela com o nome do médico.
            Daí em diante, detetives, assassinos, ex-amantes de seus clientes, dentre outros assassinatos se sucedem, bem como, a inevitável análise que o psicanalista faz de si mesmo e de suas emoções, além das suspeitas que ora recaem sobre um ou outro cliente.
            O ritmo da obra é frenético, pois nas idas e vindas de hipóteses acerca de quem pretende dar cabo do psicanalista e o motivo, se sucedem assassinatos de pessoas próximas ao Dr. Judd como o caso de Carol sua secretária.
            A fora tudo isso acontecem também, as tentativas de liquidar o médico.
O psicanalista não desconfia de ninguém e ao mesmo tempo desconfia de todos, inclusive o detetive McGreavy por causa de um laudo do Dr. Judd que considerou louco o assassino de seu colega policial.
            O final é surpreendente, como tinha de ser, nesse item alcançou seu objetivo, para os que gostam do gênero é uma ótima indicação, é claro que a obra não é nenhum opúsculo literário, mas por certo é um entretenimento de primeira ordem e sem sombra de dúvida melhor que muito filme de ação, portanto leia.
            Não é a melhor obra do autor, mas excelente para começar.
            A resenha foi simples, porque o livro é simples e revelar detalhes estragaria o desejo de ler e procurar desvendar o enigma do romance.
            Outro dia estaremos de volta, aguardem-nos.
Itaúna(MG), 12 de junho de 2015.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares

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