O HOMEM DE SÃO PETERSBURGO



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                        O HOMEM DE SÃO PETERSBURGO   
       
    Comecei a leitura desse livro, com a expectativa de ler alguma coisa sobre a Primeira Guerra Mundial, afinal no ano passado completaram-se 100 anos do início da guerra.
     Esta obra é um romance histórico, escrito pelo habilidoso KEN FOLLETT, escritor galês, já conhecido e renomado, por ter escrito o BURACO DA AGULHA e a CHAVE DE REBECCA.
     Não era o primeiro romance a ser lido do autor, porque já lera NOITE SOBRE AS ÁGUAS, e já estava familiarizado com o estilo apurado de construir personagens e tramas bem amarradas.
     Bem, vamos ao que interessa.O romance se passa em 1914, exatamente nos dias próximos ao assassinato do Arque duque Ferdinando, estopim da primeira guerra mundial, fato que lançou a Europa numa guerra sem precedentes e por fim arrastou outros países fora do continente.
    Há figuras históricas e conhecidas: Churchill, Basil Thompson, conde deWalden entre outros.
    Tudo gira em torno da percepção inglesa de que em breve a Alemanha faria uma investida contra a França.
    Os ingleses e franceses tinham um tratado de ajuda mútua em caso de guerra, porém a Inglaterra tinha plena consciência que não era possível vencer a Alemanha sem o apoio da Rússia.
    O romance inicia exatamente com a visita de Churchill a Walden. Walden não tinha nenhum interesse em ajudar Churchill por questões partidárias, já que estava politicamente em lados opostos, um liberal, o outro conservador.
      A visita a mansão dos Waldens pôs frente a frente os antagonistas, porque o interesse da Inglaterra lhes era comum e apesar da resistência de Walden a manobra política de Churchill deu certo, uma vez que o Rei interviu para que o diálogo acontecesse.
     É claro, que todo o clima que antecedeu a guerra já se fazia presente, porque se por um lado havia o interesse inglês em obter o apoio do Csar Nicolau, por outro lado havia o interesse dos anarquistas russos em impedir a realização do tratado.
Walden é escolhido para intermediar a transação com o príncipe AleksOrlov, enviado do Csar, porque viveu certo tempo na Rússia, falava fluentemente o russo e era casado com Lydia, prima do príncipe Orlov.
   Os bastidores da negociação, os atentados perpetrados pelo assassino anarquista Feliks e o passado de Lydia se confundem fazendo crescer o clímax do romance.
    O autor nos brinda com intrigas internacionais, traições, não se podendo esperar nesse romance qualquer monotonia.
    O cotidiano também nos mostra as reivindicações feministas, em que as mulheres promovem o Movimento Sufragista, envolvendo a filha de Walden, Charlote, em passeatas e revelando a nova mudança sócio política da Inglaterra de início do Séc. XX.
   Tenho a impressão de que o romance é o que podemos chamar de romance embrionário, porque KEN FOLLETT terminou no ano passado de escrever a TRILOGIA - O SÉCULO, em que retrata a trajetória histórica do Século XX.
Tudo isso, porque o autor inicia sua trilogia com o livro QUEDA DE GIGANTES no momento conturbado da 1ª Guerra Mundial, ou seja, com o assassinato do Arqueduque Ferdinando, cena que toma boa parte de um capítulo da obra em comento.
   O livro peca pelo EPÍLOGO que fala da trajetória dos personagens depois dos eventos ocorridos em suas vidas no ano de 1914, passando décadas em apenas duas páginas.Talvez, tenhaficado a impressão de que o autor retornaria ao tema para mostrar em detalhes o que fez de forma sucinta e apressada no epílogo.
   Se este é o único senão para essa obra, o certo é que os atributos do romance são imensuravelmente maiores, porque nos deparamos com o conceito anarquista, com a luta pelo direito ao sufrágio universal, com os meandros da política internacional.Sem se falar em inúmeras premissasdeixadas ao longo da obra que, norteiam os interesses das nações dominantes.
Recomendo,como leitura indispensável para compreender o cenário da época e a relevância dos atores no palco da 1ª Guerra Mundial, sem se falar que serve de iniciação como aos estudos desse conflito.
Itaúna(MG), 19 de maio de 2015.

Cláudio Lisyas Ferreira Soares 

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